Aqui as mulheres não são nada.
Não votam, não conduzem, não trabalham, não estudam.
Passam a vida em casa ou nos centros comerciais a fazer compras. Vestem-se todas de negro, mas estão sempre maquilhadas (muito) e por baixo das abayas (vestidos pretos) vestem-se como se fossem para um casamento, com vestidos coloridos de lantejoulas e folhos se for preciso. Como é que eu sei? Porque vejo esses vestidos nas lojas, e por vezes se vê a bainha de um vestido a espreitar por debaixo da abaya. Nos restaurantes comem num sítio à parte, resguardado por biombos. Nos centros comerciais caminham atrás dos homens e olham para nós com desdém, como se fossemos alíenigenas. E de facto, ali, é o que somos.
No outro dia fui beber um café ao starbucks. Vi duas entradas, a Single e a Family. E o que pensou o meu cérebro de mulher ocidental? Vou entrar na single, que do outro lado é para famílias. Certo? Errado. Singles é para homens e Family é para as mulheres e suas crias.
Fui gentilmente escoltada para fora do starbucks.
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